04/11/2014

LEO INTERROGA

André Oliveira (Punkadaria)

LEONARDO SANTANA: Mais uma vez a banda da casa tocará no Palmeiras (Moreno-PE) soltando o velho e bom hardcore numa apresentação de retorno aos palcos na edição do BRM 2014. Idealizado e financiado coletivamente por aqueles que... blá, blá, blá, vocês já sabem. Curiosidade: o que traz a nova/velha banda de novidade?
ANDRÉ OLIVEIRA: Léo, primeiro eu gostaria de parabenizar vocês por não deixarem o Bananeira acabar e por estarem fazendo a onda do crowdfounding. Isso é o espírito underground do faça você mesmo (porque senão ninguém faz).
E por falar em tocar de novo, começar de novo, num projeto novo... A estreia tinha que ser no velho clube Palmeiras, no bom e velho Bananeira. Nada poderia ser melhor! Estamos de volta. Mas pra esse show o repertório vai ser enxuto e direto. Cortamos um bocado de sons que não vamos tocar mais. Resolvemos também reformular a temática direta da banda.
Mas novidade de fato mesmo é a entrada do novo baterista que vai estrear com a gente nesse show: Fabinho (Contrataque). Que tá chegando pra somar com sua experiência e vontade de lutar!
Então, cheguem junto no Bananeira, dia 22 de novembro, pra sacar essa volta com nova formação e instigar um pogo massa. Tocar em Moreno é foda!

A temática vai ser mantida?
Resolvemos reformular a temática direta da banda. Temos uma vinculação muito estreita com a luta socialista e isso ficava explicito demais nas letras. Mantemos nossas posições políticas e até reafirmamos elas. O que faremos agora é só uma distinção de nossa luta nas organizações e a mensagem da banda que, obviamente, não perderá seu teor crítico, contestador e polêmico. Estamos, também, reformulando o logotipo da banda refletindo a nova postura. Quanto ao som, a decisão é unânime: só lapada!!

O que motivou a volta?
Decidimos há uns 2 anos atrás acabar a banda e foi tranquilo. Continuamos amigos e convivendo de boa, inclusive nos vendo cotidianamente. Por essa proximidade, por compartilharmos de muita coisa, ideias e posicionamentos decidimos voltar. Mas o fator mais relevante foi mesmo a vontade de estar no palco de novo, de tocar, de rever amigos, de utilizar a música como ferramenta pra discutir o mundo em que vivemos. Como nosso camarada e ex-integrante (agora guru e mestre cervejeiro) Marcello me disse: "estamos num período de muita efervescência política, somente isso já é um bom motivo pra se ter uma banda de hardcore!"

Fale um pouco sobre a ideologia da banda atual.
Como citei antes, nossa militância política acabava se confundindo com a banda. A princípio ela foi criada meio que com esse intuito e tomou mais força com o tempo. Não nos arrependemos de nada disso.
Porém hoje temos outras vontades, outras necessidades. Como te disse, a banda não vai deixar de lado a postura contestadora e crítica. Só tratará das temáticas com uma "roupa diferente". Vamos falar do que discutimos no dia-a-dia, do que nos incomoda, do que precisa ser combatido, do que precisa ser discutido. Óbvio, nossa ótica é socialista e não vai ter como fugir disso até certo ponto, faremos apenas a distinção entre partido e banda.
Eu particularmente gosto de pensar na música "Suvaco do Trabalhador" pra refletir sobre isso. Ela é uma música que trata de problemas cotidianos, com alto teor político, é crítica e é agressiva na sonoridade. "O odor é o menor problema!".
Acho que ela é a "essência" da banda antes e da banda agora!

Livre. À vontade para as considerações finais.
A gente vai voltar e vai tocar no Bananeira pra galera de Moreno que é muito massa!
Aproveitar pra chamar a galera que curte a banda desde tempos remotos e a galera que ainda não conhece pra chegar junto.
Instigar a juventude a lutar por um mundo mais justo. E Moreno tá precisando de uma juventude assim, pra bater de frente com esses desmandos que, mesmo eu não morando lá, tenho ouvido e lido.
E agradecer a vocês pelo convite. Abração!